Decisão foi assinada pelo Juiz Federal Márcio André Lopes Cavalcante na noite de sábado (29)


Manaus – Um Grupo de proteção animal conseguiu que a capivara ‘Filó’, volte para o município de Autazes (a 113 quilômetros a sudeste de Manaus) com seu tutor, o influenciador Agenor Tupinambá, após manifestação neste sábado (29), na sede do Ibama, na rua Ministro Joao Goncalves de Souza,  bairro Distrito Industrial I, zona leste de Manaus. A decisão foi assinada pelo Juiz Federal Márcio André Lopes Cavalcante. Capivara voltará ao município neste domingo (30).

O órgão recolheu o animal com a promessa de preparar a capivara para que fosse reintegrada à natureza.

‘Filo’ foi entregue por Agenor com a promessa que poderia visitar o animal, sem impedimentos. Entretanto, durante uma tentativa de ver o animal neste sábado, ele teria sido impedido pelos funcionários do Ibama. Após repercussão do caso e da movimentação do grupo de proteção animal na sede do Ibama, uma ordem judicial foi dada para que os ativistas fizessem uma vistoria no ambiente onde ‘Filó’ estava sendo mantida. Após a vistoria, foi constatado que o lugar não tinha condições de manter a capivara. Segundo o grupo, a capivara estaria sofrendo maus tratos.

Uma ordem judicial, deferida pelo Juiz Federal Márcio André Cavalcante, decidiu conceder a tutela provisória de urgência ao Agenor.

De acordo com a decisão do juiz, ‘Filó’ vive em perfeita e respeitosa simbiose com a floresta e com os animais ali existentes.

“Não há muros ou cercas que separem o casebre de madeira do autor em relação aos limites da floresta. Os animais circulam a casa e andam livremente em direção à residência ou no rumo do interior da mata. Percebe-se, portanto, que não é a ‘Filó’ que mora na casa de Agenor. É o autor que vive na floresta, como ocorre com outros milhares de ribeirinhos da Amazônia, realidade muito difícil de ser imaginada por moradores  de outras localidades urbanas do Brasil”, diz um trecho da decisão.

A informação foi confirmada pelo Agenor, nas redes sociais.

‘Filo’ estava em uma pequena área acimentada, com grades e isolada, diferente do seu habitat natural, onde vivia com a família de Agenor. A família é ribeirinha e vive em uma área cercada de floresta e lagos, onde o animal circulava livremente.

O caso teve início quando um vídeo do influencer publicado em Fevereiro deste ano, mostrando a rotina com a capivara chamou a atenção do órgão e de ativistas que dividiram opiniões. Por se tratar de uma animal silvestre, tratado como ‘pet’, Agenor foi multado no valor de R$17 mil e obrigado a entregar o animal ao Ibama.

Conforme o órgão, Agenor estaria utilizando o animal para se promover, além de supostamente praticar maus tratos, infringindo uma lei ambiental para animais silvestres.

Nas redes sociais, a ativista Luisa Mell, apesar de ter sido apontada como culpada pela decisão do Ibama, comemorou a liberação da capivara.

Segundo o ativista Arnaldo Rocha, em menos de 24 horas eles conseguiram através de uma vaquinha, ultrapassar o valor das multas aplicadas a Agenor. A vaquinha arrecadou R$80 mil. Se o Ibama retirar as multas, o valor será encaminhado integralmente para uma ONG de causa animal, no Estado.

A reportagem tentou entrar em contato com o Ibama, mas não teve retorno pelos meios fornecidos pela assessoria: (92) 3878-7126. O e-mail para demandas da imprensa é imprensa.sede@ibama.gov.br.

Fonte: D24am

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